Alfredo Teófilo Dias de Sousa sucedeu a Alberto Teixeira de Sousa na presidência da Comissão Administrativa da Câmara de Gondomar. Operário fotoquímico de profissão, nasceu a 1 de setembro de 1936, em Miragaia, no Porto. Teófilo tinha 39 anos quando assumiu, pelo Partido Socialista, a Câmara. Antes disso, foi vogal da primeira Comissão Administrativa, presidida por Alberto Teixeira de Sousa.
Uma vez mais, a liderança do PS na Câmara de Gondomar não é estranha ao ambiente político do país. Em abril de 1975, a vitória dos Socialistas nas eleições para a Assembleia Constituinte facilitou a aritmética política local. Estes resultados não tinham, contudo, expressão máxima na formação dos Governos Provisórios, onde ainda permanecia Vasco Gonçalves.
O Verão Quente de 1975, com o país na iminência de uma guerra civil, apenas atrasou temporariamente
a viragem política, que se prenunciava desde o ato eleitoral. O confronto entre a via revolucionária e a eleitoralista, entre a direita e a esquerda, bem como entre as diferentes facões da esquerda, esteve por uns tempos, na rua, mas em fevereiro de 1976, e no decorrer do 25 de novembro de 1975, as convulsões estavam adormecidas. Em abril desse ano entrou em vigor a Constituição da República Portuguesa e, nesse mesmo mês, o PS ganhava as eleições legislativas, levando Mário Soares ao cargo de Primeiro-Ministro.
Para a Câmara de Gondomar entraram seis vereadores do PS e três do PPD. Teófilo de Sousa foi o último rosto deste período de extremos. Foi também o último Presidente não eleito pelos cidadãos.