Manuel Lema Monteiro nasceu a 9 de dezembro de 1911, em Barrancos, e faleceu em 1972, vítima de acidente de viação. Tendo nascido e constituído família no Sul do país (casou-se em Lisboa, em 1938, com Julieta Pitté Costa Lema Monteiro), o percurso profissional levou-o a fixar-se no Norte.
No mesmo ano em que se casou, foi nomeado Médico Veterinário do Concelho, em Gondomar, tendo assumido o cargo de Diretor do Matadouro. De acordo com o processo individual arquivado na Câmara - referente aos anos respeitantes ao exercício das funções de médico veterinário - Lema Monteiro teve um filho, que nasceuem1944.
Antes mesmo de ser Presidente da Câmara, entre os anos de 1969-1972, Lema Monteiro destacou-se como médico veterinário, publicando diversos artigos científicos em revistas da especialidade, como se pode comprovar do seu processo individual.
Em 1969, foi nomeado presidente, tendo permanecido no cargo até 1972, quando, inesperadamente, foi vitimado num acidente de viação. A interrupção brusca do cargo que exercia foi amplamente sentida pelas diversas instituições do concelho de Gondomar e do país. No Arquivo Municipal constam ofícios, cartões e telegramas de condolências das autarquias espalhadas pelo país, do Governo (Ministro do Interior, Gonçalves Rapazote) e de entidades relacionadas com a área de formação profissional, como a Associação de Socorros Mútuos do Gado Bovino.
A sua permanência na Câmara foi muito marcada pela execução de obras típicas do Estado Novo. Nesta altura, arrancou a construção das escolas da Gandra, em S. Cosme, do Lugar do Passal, em S. Pedro da Cova, de Santegãos, e da Boavista, em Rio Tinto. Estas obras foram orçadas em 8 mil contos. Foi também da sua época a inauguração, em 1971, do monumento em honra aos heróis do Ultramar, em Fânzeres, que contou com a presença do chefe de Estado, Américo Tomás.
A atividade de Manuel Lema Monteiro como presidente da Câmara de Gondomar não se ficou apenas pelas obras, mas também, segundo documentam os Boletins Municipais da época, pela frequência com que deu a conhecer a sua opinião sobre acontecimentos da vida política e pública, nos comentários que, periodicamente, deixava registados nos boletins. É o caso do voto de pesar pela morte de Salazar, em 1970, registado em ata da reunião de Câmara e no Boletim Municipal, no qual enaltece “o maior português do nosso tempo e, sem dúvida, uma das mais ínclitas figuras da gloriosa História pátria”.