António Martins dos Santos nasceu em Covelo, em 13 de setembro de 1893. Foi o primeiro presidente do Estado Novo, tendo tomado posse em 1932 e permanecido na Câmara até 1934. Com família espalhada por Covelo (onde está sepultado), a memória do presidente, que se Formou em Medicina, ficou registada na Lomba, lugar de Labercos.
A tomada de posse como presidente da Câmara surge na sequência da exoneração, pelo Governador Civil do Porto, da comissão administrativa que o antecedeu, interrompendo a curta experiência de Crispim Gomes Leite como presidente, que exercia, nesta altura, o primeiro mandato dos três que assumiu. A nova comissão administrativa, nomeada por alvará do governador, elegeu António Martins dos Santos como presidente.
Segundo consta nas atas da reunião de Câmara, no discurso de tomada de posse, Martins dos Santos declarou que “levando a vida simples da aldeia, tentou, fez todos os esforços para se furtar a exibicionismos”. E continua assim a ata: “O senhor doutor Martins dos Santos diz que não expõe programa de ação. As necessidades do concelho lho hão de impor”.
Na Rua Dr. António Martins dos Santos, em Labercos, situa-se a casa de lavoura onde residiu o ex-presidente. O edifício foi, na época, o centro do lugar, onde era feita a distribuição do correio, onde se plantava milho, se fazia azeite e vendiam as lampreias, que vinham do rio Douro para o tanque de pedra da propriedade.
Apesar de ser formado em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto, António Martins dos Santos nunca chegou a fazer da profissão um modo de vida, prestando, gratuitamente, cuidados médicos à população da freguesia que, segundo a Monografia de Gondomar, em 1936, registava 1317 habitantes.
Nos livros de atas das reuniões de Câmara ficaram registadas algumas das obras que marcaram o concelho nesta época: a construção do Sanatório do Monte Alto (da Assistência aos Tuberculosos do Norte de Portugal), a inauguração das novas instalações do Clube Gondomarense e o lançamento da primeira pedra do quartel dos Bombeiros Voluntários de Gondomar. A atividade política de Martins dos Santos também se estendeu ao cargo de vereador, que exerceu com Porfírio de Andrade e Silva.
António Martins dos Santos faleceu em 18 de dezembro de 1962, sem deixar filhos do casamento com Helena Rosa Martins dos Santos. Em contrapartida, pela Lomba (de onde a esposa era natural) e por Covelo estão espalhados sobrinhos. Na paróquia de Foz do Souza ficou, ainda, registado o nome da família, uma vez que o pároco, Manuel Joaquim Martins dos Santos, era irmão do presidente.