A Revolução de Abril empurrou Mário de Sousa Giesta para a presidência da Câmara de Gondomar. Nascido em 1924, Giesta formou-se em Engenharia e passou uma parte significativa do seu percurso profissional na Direcção-Geral de Energia. Ao mesmo tempo, geria, com o irmão, a fábrica de móveis iniciada pelo pai, em Valbom, e era chamado para os bombeiros desta freguesia. Mário Giesta já participava nas instituições locais e tinha sido Presidente da Junta de Valbom.
Não foi, por isso, surpreendente a entrada para a Câmara, como vereador, no mandato de Manuel Lema Monteiro. A morte do então Presidente, em 1972, lançou o nome de Joaquim Castro Rocha para a liderança do Município. Mais tarde, o vazio criado com a onda de saneamentos do 25 de Abril, levou Mário Giesta para a presidência, que assumiu interinamente durante meio ano.
Giesta foi, por isso, o primeiro recetor das queixas, das reivindicações, das lutas e das interrogações da população do Concelho. O país vivia a euforia dos primeiros meses após a revolução. Pelas ruas circulavam palavras de ordem: fim da censura, liberdade, paz. Logo após o 25 de Abril formou-se a Junta de Salvação Nacional, presidida pelo General António Spínola, que, em setembro, foi substituído por Costa Gomes. Pelos sucessivos Governos Provisórios constituídos nesta altura passaram Adelino Palma Carlos (até julho de 1974) e Vasco Gonçalves, que permaneceu no poder até setembro de 1975.
Em Gondomar, os partidos políticos começaram a organizar-se para colocar os seus representantes na primeira Comissão Administrativa, cuja formalização dependia do Governo Civil do Distrito do Porto. O que veio a acontecer em novembro de 1974, libertando Sousa Giesta para a fábrica de móveis de Valbom.