A partir de meados de Oitocentos verificou-se, em Portugal, um incremento do fluxo migratório, que representou uma parcela significativa no contexto das grandes migrações europeias que povoaram o Novo Mundo (em especial o Brasil). Este movimento atravessou longitudinalmente a sociedade portuguesa e teve reflexos a nível demográfico, social e cultural, sobretudo pelos numerosos efetivos que abarcou.
O Estado procurou administrar a mobilidade geográfica das populações, no sentido de regulamentar, controlar e cercear o movimento emigratório, sobretudo dos ilegais e dos jovens. Desta forma, surgem, atualmente, diversas fontes históricas que testemunham esse período e nos fornecem preciosas informações.
O documento exposto este mês é uma página de um livro de termos de justificação acerca da identidade e consentimento de indivíduos que se ausentarem para países estrangeiros, do fundo da Administração do Concelho de Gondomar.
Trata-se de uma fonte manuscrita, de 1868, redigida com clareza e minúcia. O seu levantamento permite conhecer a data do pedido para embarque; nome, naturalidade, idade, estado civil, profissão e filiação do emigrante; dados sobre os acompanhantes; nome das pessoas envolvidas no que toca a consentimento e fiança; destino geográfico do emigrante e grau de parentesco das pessoas envolvidas.
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