A 9 de março de 1913 realizou-se a Festa da Árvore, uma celebração nacional e republicana de carácter cívico, comemorada por todas as escolas do país. O jornal O Século Agrícola tomou a iniciativa de organizar este evento, através de uma circular, convidando os professores de todo o país a criar comissões dinamizadoras para realizar esta “festa patriótica”. Também a Câmara de Gondomar se juntou à iniciativa, apoiando a Comissão Organizadora com 20 mil reis e cedendo a sala das sessões para as atividades a realizar.
A Festa da Árvore tem origem em 1907 e teve o maior impulso em 1913, numa altura em que, num republicanismo ainda jovem, as festas cívicas assumiram grande importância na veiculação de um discurso pedagógico, republicano e liberal, sendo um pretexto para doutrinar a sociedade com os novos valores morais, sociais e estéticos, como a regeneração, a pátria, a solidariedade, a liberdade, a vida, a paz, a beleza, o bem ou o amor. Ao decorrer em março assinalava o equinócio da primavera como sagração da natureza, dando continuidade a ritos tradicionais e ancestrais. Tratando-se de uma festa pagã e naturalista, na altura chocou com os valores do catolicismo, no entanto o espírito pedagógico desta época acabou por sobreviver aos anos, virando o século. Ainda hoje, o primeiro dia da primavera é assinalado nas escolas de todo o país.
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