Sobre o Autor




Camilo Martins de Oliveira nasceu em São Cosme, Gondomar, na casa da Passagem de Cima, no dia 28 de março de 1874, Filho de José Martins de Oliveira e de Teresa Pereira das Neves, lavradores abastados.

Após a instrução primária Camilo ingressou no seminário do Porto para fazer o curso de teologia. Exerceu o sacerdócio no Marco de Canavezes, na Régua e em São Mamede de Infesta

Conheceu D. Emília Ferreira de Oliveira com a qual teve uma filha ainda enquanto padre, e pensa-se que foi um dos motivos pelo qual deixou o sacerdócio uma vez que se viu incapacitado de assumir a paternidade. Já deve ter sido depois de 1910 e depois de ter renunciado ao sacerdócio Camilo casou-se com Emília Ferreira de Oliveira, natural de Miragaia.

Nesta altura já dava aulas no ensino livre. Começou por lecionar no Colégio de São Carlos, no Porto na Rua Fernandes Tomás, lecionando também nas então chamadas escolas móveis. Em 1919 foi nomeado da Escola Comercial Oliveira Martins e em 1922 passa a professor efetivo. Ensinava Português, Francês, história e Geografia. Foi também funcionário da Biblioteca Municipal Pública do Porto de 1919 a 1944. Em 1944 foi alvo de homenagem quando atingiu o limite de idade para trabalhar quer por parte da Escola Oliveira Martins, quer por parte da biblioteca em que os colegas de trabalho referem a fraterna camaradagem.

Como político Camilo de Oliveira discordava dos ideais da monarquia, o que deixou bem vincado nas suas obras “O Padre e a República” e o “Direito Divino”. Foi vitima dos trauliteiros da Monarquia do Norte pelos quais foi preso e torturado em 1919. Já em 1925, numa entrevista ao Jornal A Verdade publicada a 8 de agosto desse ano, declara que vai abandonar a vida partidária (já deixara a presidência da Comissão do Partido Republicano radical, do qual havia sido um dos fundadores), dizendo que teve uma “vida de lutas, de canseiras, vida intensa, de sacrifícios, extenuante para a mais forte compleição. Estou cansado. É tempo de deixar o lugar aos outros…aos novos”.

Como escritor Camilo publicou várias obras entre elas:

  • Uma Cilada Desfeita (1906)
  • O Padre e a República (1912)
  • O direito Divino (1923)
  • Noções de Gramática Portuguesa – (1928-1935)
  • Origem e Progresso da Escola Comercial de Oliveira Martins (Porto, Imprensa Moderna, 1942)

A 10 de agosto de 1927 a Câmara Municipal de Gondomar encarrega o senhor Professor Camilo de Oliveira de elaborar a monografia do concelho: ‘O concelho de Gondomar – Apontamentos Monográficos’ (1931-1938).

A monografia foi publicada pela Câmara Municipal e saiu ao ritmo de um volume de dois em dois anos. Muitas foram as reações positivas fica aqui a expressa pelo arqueólogo Abade de Baçal em 1942 “…O Concelho de Gondomar, formidável estudo pleno de erudição e investigação inédita que, em vez de Apontamentos Monográficos de justiça merece o titulo de Monografia, pois o é na verdadeira aceção da palavra, e monumental e única no país quanto a um só concelho de província.

A Câmara municipal de Gondomar em novembro de 1977 em jeito de homenagem decidiu instalar uma biblioteca em Rio Tinto com o nome Camilo Martins de Oliveira. Em 27 de setembro de 2017 é dado o nome de Camilo Martins de Oliveira à Biblioteca Municipal de Gondomar.